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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Corredores de Ônibus e Ciclovias



Não, eu não sou contra as faixas exclusivas de ônibus e corredores, nem contras as ciclovias na cidade de São Paulo. Eu sou contra a falta de planejamento e a criação dessas alternativas de forma abrupta, sem análise transparente de melhores projetos, sem consulta da câmara de vereadores, gastando uma alta quantia de dinheiro público para uma ação que parece ser populista.
Os corredores de ônibus não tem planejamento nenhum, algumas ruas e avenidas ficaram pequenas para a ampliação da faixa e mal tem espaço para os motoqueiros passarem entre os carros, ampliando a possibilidade de acidentes, que muitas vezes não acontecem por pouco. Em outras, como a Avenida Francisco Matarazzo e a Rua Guaicurus trecho entre Barra Funda e Lapa na Zona Oeste da cidade, o que os ônibus precisam fazer é um verdadeiro absurdo: A faixa de ônibus é na pista da esquerda, ao entrar na Rua Guaicurus, que é apenas uma sequência em linha reta da Avenida, o ônibus precisa ir para a pista da direita, atravessando 3 faixas na frente dos carros para isso e praticamente passando por cima dos carros para tanto. Uns 4 quarteirões pra frente muitos ônibus, por algum motivo inexplicável em seu trajeto entram para a esquerda para fazer um retorno por dentro da Lapa antes de pegar a ponte, e mais uma vez cortam as faixas na frente dos carros. Nesse meio tempo por conta da necessidade de trocarem de faixa, podemos facilmente flagrar de forma corriqueira os motoristas "brincando" de se ultrapassarem, tomando uma faixa adicional para passar o colega da frente e voltar ao próximo ponto. Resumindo, toda essa história gera lentidão, perigo de acidente e principalmente, um estresse adicional ao motorista. Mais próximo da Ponte do Piqueri, ainda na Zona Oeste, próximo das marginais, na Avenida Ermano Marchetti, outro absurdo. Existe faixa de ônibus na esquerda, porém existe um outro corredor de ônibus na pista da direita, tendo em vista que micro-ônibus e outras linhas procedentes da Lapa trafegam por ali. Aliás, depois de alguns anos fora de São Paulo, quando voltei e precisei usar ônibus, demorei pra entender a lógica. Quem é de fora fica completamente perdido pois alguns ônibus passam na pista da esquerda e outros na pista da direita e você não sabe ao certo em qual ponto deve ficar pra pegar o seu, mesmo algum tempo depois com a colocação do nome das linhas que passam e painel eletrônico em alguns pontos, ainda não é uma tarefa fácil ter que atravessar a avenida pra saber quais ônibus passam nos pontos. Penso que se é pra ter corredor de ônibus, que seja em uma única faixa e que não atrapalhem os carros, necessário um melhor planejamento para os trajetos, coisa que não foi feita antecipadamente.
Aliás, o maior problema na minha opinião está no incentivo do uso do ônibus em detrimento ao trem e o metrô. Penso que a existência dos ônibus deveria acontecer apenas nas localidades ainda não atendidas pelo transporte ferroviário e o transporte por vias, feito até a estação mais próxima.
Ainda falando na Zona Oeste e Norte, localidade onde tenho melhor conhecimento a respeito, peguemos como exemplo as linhas Morro Grande - Ana Rosa e Jardim Carumbé - Barra Funda. Penso que se houvesse uma maior investimento em quantidades de composições dos trens, essas linhas poderiam ir até a estação Piqueri da CPTM, que aliás foi feita no meio de um vale na região, de muito difícil acesso a pé, completamente mal aproveitada, local com espaço inclusive para se fazer uma pequena rodoviária de acesso aos ônibus. Isso enquanto a famigerada linha da Freguesia do Ó não fica pronta.
O ponto onde quero chegar é que não precisamos entupir as vias de ônibus, se podemos aproveitar melhor a malha ferroviária já existente, basta melhor planejamento.
Quanto as ciclovias, o tempo que morei em São José dos Campos, essa era a coisa que eu mais invejava da cidade. Mas não adianta você diminuir as pistas já existentes para criar ciclovias. Dentre algumas ideias eu já havia pensado até em ciclovias elevadas no canteiro central, mas nunca ocupando o espaço dos carros. A forma como foram feitas, foi absurda.
Esperamos que nossos governantes tenham boas ideias e as coloquem em prática com planejamento e não apenas para mostrar que fez.

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