Publicidade

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Felizes para Sempre

Nessa semana, mais precisamente no dia 19 de julho de 2011, a ONU reconheceu a busca da felicidade como objetivo fundamental da humanidade e convidou os países a desenvolverem políticas públicas que desenvolvam a importância da felicidade como um direito do ser-humano.
Por aqui o tema já havia surgido através da “PEC da Felicidade”, como ficou conhecida a PEC 19/10 criada pelo Senador Cristovam Buarque que prevê o direito do cidadão a busca da felicidade na constituição federal em seu art. 6º.
Antes de levar em consideração a opinião da maioria dos juristas que prevêm “infelicidade” no caso de julgamento de ações a respeito do tema, por se tratar de algo totalmente imensurável e interpretativo, devemos ir além e entender o que é a felicidade.
Perguntar a cem pessoas o que é felicidade provavelmente gerará aproximadamente cem respostas diferentes. Porém o conceito de felicidade não é real, ele é ligado a ficção, mais especificamente aos contos de fada.
Nas histórias que aprendemos quando criança, nos romances, mesmo nas novelas modernas, as histórias são contadas de diversas formas diferentes, cheias de altos e baixos e o famoso “felizes para sempre” surge apenas no final. No jogo da escrita, nas mais variadas formas de arte, criar um anticlímax e finalizar com o auge é encantador e gera esperança no expectador de que se alguém com quem nos identificamos, tão próximo de nós, pode ser feliz no final, nós também podemos.
Então buscamos a tal felicidade...
Mas o que acontece depois do felizes para sempre? Como é isso? Num determinado momento os problemas se acabam e tudo fica magicamente perfeito para toda eternidade? Se fossemos transpor isso para a realidade essa felicidade é “macabéana” e parece ser encontrada no fim das contas apenas com a morte.
Bom alcançar essa “hora da estrela” não é algo que me lembre muito felicidade. Então como viveremos sem a esperança de que a felicidade existe? Sendo felizes! Ora, que se a felicidade não existe como um sentimento pleno e eterno, os momentos felizes são os que nos mantém acordando a cada manhã de Sol ou Nublada.
Parece que a alternativa que se mostra a nossa frente é entender a felicidade de forma diferente, não como um sonho distante jogado para o futuro do nunca, mas sim como o presente, o hoje, que deve ser pensado intensamente, como se essa felicidade sim fosse o final do livro, independente da página que será virada para contar o amanhã.
Dessa forma, pensar na busca da felicidade é um erro, pois então passaremos a vida sempre atrás de conseguir algo que nos faça feliz e não sentiremos a felicidade se esvaindo em nossas mãos naquele exato momento num sorriso precioso, num beijo acanhado, num olhar apaixonado.
Fora da eternidade e do inalcançável a felicidade até parece mais feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário